IML, último reduto inquisitório

20/12/2013 23:00

A Medicina Legal existe para colaborar na solução das questões existentes entre os membros de uma sociedade, tornando, desta forma, a vida em grupo, viável e menos conturbada”.1


Infelizmente, em particular nesse triste episódio, da garota Tayná, os fatos e muitas trapalhadas, intencionais ou não, condenam, nós legistas, ao constrangimento e a vergonha pública.

Perguntas que surgem de todos os lados, população, família, órgãos de imprensa, metralham há dias nossa instituição.

- Provas negligenciadas e incineradas, pedidos pessoais se sobrepondo às normas, inverdades, laudos periciais violados, declarações infelizes, ofensas a honra e desrespeito à dor dos familiares.

- Por que o “chefe do necrotério” foi destituído da função pela direção do IML, após o episódio Tayná e este fato não foi divulgado à imprensa e a sociedade?

- Por que permitem que o Diretor geral do Polícia Científica se exponha simploriamente a tantas contradições?

- E o conhecimento de Medicina Legal, a nobre arte, aonde ficou?

- Por que das retaliações pessoais aos colegas legistas, que tão somente cobraram a verdade e retidão?

A presidente da AMLPR foi exonerada do cargo que ocupava como representante do IML junto a PMC, no Programa de combate a violência contra a mulher, pelo atual Diretor da polícia Científica, justificando tal ato por quebra da confiança (entenda-se: manifestado à opinião da Associação), e procurado órgãos de imprensa (foi entrevistada).

São tantos os fatos mal explicados, tantas ações atabalhoadas e perguntas exigindo respostas, que resgatar a credibilidade da nossa instituição junto a sociedade, tornou-se um desafio.

Em respeito à família da jovem, é premente que se ofereça a esta, a oportunidade de uma nova perícia – a exumação – É premente que se fale a verdade,  que se assuma nossas limitações intelectuais, administrativas e estruturais.

É o único caminho.

AMLPR
Gestão 2013/2015


 

Saber o que é correto e não o fazer é falta de coragem.

-Confúcio-

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1 Irene Batista Muakad

Professora Titular de Medicina Forense da Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie.